Pedro Emanuel: 'Porto? Temos de ser uma verdadeira equipa'



Pedro Emanuel coloca toda a pressão do lado do F.C. Porto no jogo deste sábado, em Coimbra. O próprio Vítor Pereira para isso contribuiu decisivamente, como tal, a postura do homólogo da Académica em nada surpreendeu, esta sexta-feira, no lançamento da partida.

«Sabemos que o Porto vem de dois jogos menos positivos, com a eliminação da Champs e o empate diante do Marítimo. Claro que num clube com esta dimensão isto tem sempre reflexos, por isso, virá com o intuito de se repor no caminho do título», sintetizou.

«Empate? Depende. Vamos jogar o jogo e no final conversaremos. A realidade é que estamos três pontos acima do objetivo, enquanto o Porto está três abaixo do dele. Logo, cabe-lhe a maior necessidade neste jogo, até pela dimensão do clube e objetivos que procura», completou, antes de se virar para a Briosa.

«Temos uma necessidade premente de pontos, temos de ser extremamente competentes, rigorosos, acima de tudo temos de ser uma verdadeira equipa. Vimos de uma fase menos positiva, mas continuamos na luta, em busca do objetivo da manutenção.»

«Vamos procurar o jogo, ir atrás das nossas capacidades para defrontar um adversário forte e que vem com tudo. Vamos procurar fazer um jogo conseguido, competitivo e com grande dedicação aos nossos objetivos», prometeu.

«Fragilizados? É nestes momentos que os valores se revelam»

Pedro Emanuel não acredita num dragão fragilizado por força dos últimos resultados. Fala com conhecimento de causa apurado e, como tal, apela à capacidade dos seus jogadores para se abstraírem desses pormenores, em prol de um bem maior.

«Se bem conheço aquela casa, é nos momentos das dificuldades que os verdadeiros valores se revelam. Tenho a certeza de que vão continuar assim, porque é essa a sua filosofia. Temos de ter argumentos para controlar emoções, e tenho a certeza de que será um bom jogo, um bom espetáculo para quem aqui se deslocar.»


Se bem que admite o papel das individualidades no adversário, o técnico dos estudantes não se deixa iludir. «Têm o melhor marcador, mas também vários jogadores muito fortes. Se tivermos de dar atenção a todos, jogar só com 11 era pouco. Se fossemos por ai, perderíamos duas semanas para encontrar um antídoto», sentenciou.

Na época passada, a Académica acabou ter influência nas contas do título, ao empatar com o Benfica na fase em que perderam a vantagem de cinco pontos. Este ano, os papéis invertem-se, mas a Briosa tem, de novo, uma palavra a dizer. Mais um aspeto motivante? Nem por isso¿

«Não vejo porquê, só estamos concentrados na nossa luta, cada semana tem sido de grande dedicação e trabalho para a conquista de pontos, é a nossa necessidade, o nosso foco. Vão ser sete finais, sabemos o que temos de fazer e no que temos de nos concentrar», assegurou, aceitando ainda os reparos do presidente à equipa, que não ganha há sete jogos.

«Encaro isso com normalidade, mal era se o presidente, no momento que atravessa a equipa, não colocasse o dedo na ferida das nossas necessidades ou não falasse do que tem de ser o nosso futuro. Temos que aceitar, refletir, e, acima de tudo, mudar o que tem estado menos bem.» Algo que terá sido conseguido com a pausa competitiva:

«Quando perdemos e temos uma exibição menos conseguida, normalmente queremos jogar logo a seguir, mas foi importante até para recuperar jogadores e trabalhar um pouco as nossas necessidades. Acima de tudo, deu para ter algum tempo para nós próprios e refletir sobre os nossos problemas.»

Da preparação da equipa, destaque para o facto de o plantel estar praticamente a 100 por cento, pois a única exceção é a lesão de Saleiro. Os convocados, dentro da lógica de (ainda maior) blindagem do balneário que prevalece há duas semanas, só serão divulgados este sábado.

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