"Imagino o Fábio Vieira a jogar num dos melhores clubes da Europa"
Luís Mata já trabalha na Polónia, embora esteja em quarentena profilática por causa de um caso positivo de covid-19 na sua nova equipa.
Antes de deixar o FC Porto, 14 anos depois de chegar, conversou com O JOGO sobre o percurso, debruçou-se sobre os craques da formação e escolheu quem mais o impressionou. O lateral-esquerdo sai do clube do coração com a ideia de voltar e cumprir um sonho, que esteve duas vezes para acontecer: a estreia na equipa principal.
Luís Mata esteve 14 anos ligado ao FC Porto. Chegou aos nove anos para os benjamins, sai com 23 enquanto profissional. Neste período, somou 69 jogos pela equipa B e terminou como capitão.
Privou com alguns dos maiores talentos do FC Porto. Quem mais o impressionou?
-Sem dúvida o Rúben Neves, jogámos juntos dos nove anos aos 15. Era miúdo, mas já tinha esta qualidade toda. Enquanto equipa B, escolho dois. O Diogo Dalot pode atingir ainda um patamar muito mais alto, pela forma como trabalha e por ter as características todas para isso, em qualidade e em termos físicos. E depois o Fábio Vieira, que é dos jogadores com mais qualidade entre aqueles com que joguei. Bem, eu não gosto de fazer apostas, mas aposto que ele vai ter uma carreira muito boa, singrar no FC Porto e jogar nos melhores campeonato. Sem dúvida nenhuma que em termos de equipa B foram os que mais me impressionaram.
O que distingue o Fábio Vieira?
-O Fábio é o típico jogador de rua. Agora evoluiu muito em termos mentais, está um miúdo muito mais sério e trabalhador. Quando era mais novo, via os jogos dele, era mais irreverente. Agora acrescentou a parte mental ao futebol de rua. E não tem medo, que é o mais importante. Por norma, um jogador que chega à equipa principal tem mais receio, joga pelo seguro. O Fábio joga à vontade, tem consciência do patamar em que está, mas essa irreverência e qualidade podem fazê-lo chegar a um patamar elevado, singrar no FC Porto e fazer uma grande carreira. Imagino-o a jogar num dos melhores clubes da Europa.
Também jogou com o Vítor Ferreira este ano...
-São diferentes. O Vítor Ferreira pauta mais o jogo, é mais de posse de bola, mas também tem muita qualidade. A prova disso é que deu o salto primeiro do que o Fábio. É um jogador muito interessante, sabe o que fazer dento do jogo, é um médio muito criativo. Sempre que entrou também foi sem medo, quem o vê na equipa principal pensa que já tem anos disso.
Romário Baró conheceu há dois anos...
-Foi o que conheci pior, porque joguei com ele antes de sair para Espanha. Mas basta vermos o jogo que fez com o Benfica. É um médio ao estilo do Fábio, que também faz o papel do Vítor. Ou seja, não há uma posição que o defina bem. É aquele médio tipo Otávio, que joga por fora a descair para dentro.
Falta o João Mário...
-Trabalhei com ele este ano todo. Quando tem níveis de confiança lá em cima, é muito difícil, porque tanto acelera para dentro como para fora. Eu sou lateral e sei... É mais explosivo que os outros. Tem é que trabalhar mais a confiança. Tem definição, qualidade e bom remate. Quando confiar a 100% nele pode chegar a um nível muito grande e servir muito bem a equipa principal.
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