"Ainda hoje falam da dupla com Kostadinov e nasceu por acaso. Parece surreal"
Declarações de Domingos Paciência no programa "Hora dos Craques", do Porto Canal, apresentado por Maniche.
1995/96 foi época marcante: "A melhor fase da minha carreira, os dois anos com Bobby Robson. Foram muitos golos e não haja dúvida que é a partir desse momento que eu consolido uma carreira e passei a ser uma certeza do futebol. Tinha 24/25 anos. Um grande treinador. Como hoje podemos assistir com o Sérgio Conceição, que está a valorizar os jogadores, é importante um jogador gostar de um treinador e sentir que ele o faz crescer. Robson fez isso comigo, pela forma como treinava, liderava, fazia toda a gestão. Os treinadores iam ao encontro do que era o trabalho de um avançado e eu aprendi muito."
Ponta de lança com quem se sentiu mais confortável a jogar: "Kostadinov. Ainda hoje as pessoas falam muito dessa dupla, marcou uma fase no FC Porto. Entendia-me muito bem com ele, quer dentro do campo quer fora dele. Ainda na semana passada falámos. Naquela altura havia mais convívio e permitia criar essa amizade. Foi a melhor dupla e nasce por acaso. Parece surreal. Temos um jogo no Dínamo de Bucareste e existiam outros avançados. O Stéphane Paille foi expulso, o Madjer lesionou-se ou ao contrário. Sei que ficámos sem avançados para a segunda mão nas Antas e o Artur Jorge lembrou-se de pôr uma dupla com mobilidade no ataque."
Rematar com os dois pés: "Muito treino. Numa fase de crescimento queremos começar a treinar o pé esquerdo quando somos destros, melhorar. Marcava livres e cantos com o pé esquerdo. O Madjer também era assim, usava-o muito como referência de um jogador ambidestro, driblava de pé direito e pé esquerdo. Quando os meus filhos queriam jogar à bola comigo no jardim, dizia-lhes: 'Só jogo contigo se jogarmos com o pé esquerdo'. Eles não queriam e eu dizia-lhes que me ia embora. E a verdade é que essa insistência, de certa forma, os serviu. Tanto um como chutam bem com o pé esquerdo."
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